Educação
Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado
As concepções sobre a educação de pessoas
surdas se dividem em idéias oralistas e
gestualistas, e se fundamentam em três abordagens: a Oralista, a Comunicação
Total e a abordagem do Bilingüismo.Para refletir sobre o que preconizam autores
e especialistas no assunto buscamos estudar para obter esclarecimentos no texto proposto para estudo pelos autores
Mirlene Ferreira e Josimário de Paulo. A Teoria oralista entende que o sujeito
se integra ao meio e desenvolve-se, por meio da fala, da oralidade, articulação
dos sons que representam signos formalmente convencionados culturalmente.
Segundo Witkoski(2009),no oralismo a
técnica de leitura labial,apontada como a possibilidade do surdo compensar
o sentido da audição para ter acesso às informações via palavras faladas,
constitui-se em um mito, pois segundo o mesmo autor é provável que o melhor
leitor labial adulto, só consiga
entender metade das palavras articuladas, o resto é pura adivinhação.De
acordo com Botelho(2011)para fazer leitura labial, a pessoa surda deve manter o
foco nos lábios do interlocutor e qualquer mudança de posição causam perdas de
informação.Na Comunicação Total é admitida a utilização de todas as formas de
expressão e comunicação sem privilegiar nenhuma delas,nem mesmo a oralidade.A
comunicação total utiliza todo e qualquer recurso possível para a comunicação e
leva em consideração as características da pessoa com surdez.Para Sá (1999),
apud Damásio,esta proposta não dá o devido valor a Língua de Sinais,portanto
pode-se dizer que é uma outra feição do oralismo e seus resultados são
questionáveis. A abordagem do bilingüismo visa capacitar a pessoa com surdez
para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais
sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. A inclusão das
pessoas surdas na escola comum requer ousadia e cautela diante das perdas
auditivas para que se busque meios para beneficiar esses alunos, tanto na sala
de aula como no Atendimento Educacional Especializado. Conforme Dorziat (1998),para
essa autora o aperfeiçoamento,o oferecimento de condições nas escolas é
primordial em favor dos alunos com surdez na escola comum.Concordamos com Poker
(2001),apud Damásio (2010)ao afirmar que as trocas simbólicas provocam a
capacidade representativa dos alunos favorecendo o desenvolvimento do
pensamento e do conhecimento em ambientes heterogêneo de aprendizagem. Damásio
(2010) reforça ao afirmar que mais que uma língua, as pessoas com surdez
precisam de ambientes educacionais estimuladores que desafiem o pensamento e
exercitem a capacidade cognitiva desses alunos. Na prática verificamos que a
escola comum não conseguiu ainda escolarizar esses alunos e questionamos junto
com os autores: Essa dificuldade se encontra nas práticas pedagógicas ou no uso
da língua desenvolvida nesse espaço? Concordo com Poker(2001) ao afirmar que se só
a posse de uma língua bastasse para aprender, as pessoas ouvintes não teriam
problemas de aproveitamento escolar.O Atendimento Educacional Especializado
para pessoas com surdez no Brasil, segundo Damásio (2005), precisa ser
organizado em três momentos didáticos
pedagógicos:Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua de
Sinais,Atendimento Educacional Especializado em Língua de Sinais e Atendimento
Educacional para o ensino de Língua Portuguesa escrita.O atendimento deve ser
planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da
Língua de Sinais.Diante do exposto se torna visível a necessidade do
atendimento educacional especializado para pessoas com surdez, para estimular,
explorar as habilidades e potencialidades desses indivíduos em todos os
sentidos, com propostas inovadoras, oferecendo recursos tecnológicos modernos
em um ambiente favorável.